Copiar não é roubar!

Por @DaniloMagrini

Decidi escrever esse post por causa de toda a polemica que houve essa semana em torno do PIPA e do SOPA .

Quero iniciar compartilhando com vocês um vídeo que recebi do Sérgio Amadeu @samadeu  que explica de forma divertida o conceito “Copying is not theft!”

 

“Baseado nessa introdução podemos concluir que você é contra o PIPA/SOPA, correto?”. Na verdade não vou responder isso de forma direta, mas sim discorrer um pouco mais sobre meu ponto de vista em relação a alguns conceitos do copyleft  .

Eu concordo com a frase “copiar não é roubar” desde que o autor e/ou a lei permita isso. Infelizmente vivemos em um mundo onde existem licenças, patentes, registros, direitos autorais e tantos outros documentos que garantem alguns direitos aos seus criadores/autores. Isso é o que chamamos de copyright. Uma vez que existem leis que regem esses direitos, cabe a nós cidadãos, respeitarmos tais leis. Vejam que respeitar não significa calar-se, devemos expor nossas ideias e opiniões sem desacatar a legislação vigente, caso contrário estaremos estabelecendo o caos e a baderna.

“Então as leis de copyright devem ser mudadas?” Claro que sim, mas não de forma aleatória fazendo o que cada um acredita ser o correto. Se eu acho que um CD de música não vale o valor que é cobrado então o correto é não comprar esse CD, mas não ir de encontro à lei e copiá-lo. Isso não tem relação com estar ou não subtraindo algo de alguém, mas sim em entendermos que existem leis que permeiam essa atitude. Se discordamos dessa lei, devemos sim lutar por uma mudança, mas como eu disse, sem desrespeitar a atual. “E como fazemos isso?”. Exatamente conhecendo os preceitos do copyleft e não fortalecendo o modelo atual.

Muitos acreditam que piratear software, livro, música ou filme é uma forma de protesto, porém fazendo isso você estará fortalecendo mais e mais a indústria do copyright. Pense bem, se você gosta de uma banda que se enquadra nos modelos de copyright mas mesmo assim você baixa as músicas de forma ilegal e compartilha com outros, você só estará promovendo ainda mais a banda em questão que, em vista do sucesso, continuará seguindo o modelo atual. Isso vale também para filmes, livros ou software. Responda em 3 segundos qual software é um exemplo de sucesso mesmo sendo pirateado no Brasil por mais de 80% das pessoas?

Deixar de alimentar o copyright sim é o início de uma mudança das leis atual. Pare de baixar músicas ilegalmente. “Mas vou ficar sem ouvir música?”. Claro que não! Existem diversas bandas que já entenderam o conceito de copyleft e disponibilizaram suas músicas de forma legal, livre e gratuita. E não são poucos! Alguns exemplos podem ser encontrados em http://www.jamendo.com e http://freemusicarchive.org/ . Ouvindo essas bandas você ajudará a popularizá-las e de quebra pode acabar com o tão covarde e indesejado “jabá”.

Deixar de utilizar software pirata é outra excelente forma de combater e enfraquecer o copyright. “Mas qual alternativa eu tenho para o meu sistema operacional proprietário?”. Use o GNU/Linux!! Eu recomendo o Ubuntu, mas você é livre para testar qual você quiser e optar pelo que melhor lhe convier. “Mas é muito diferente e complicado!”. Isso mesmo… quem disse que mudar o mundo ou a cultura de uma nação é fácil? Muitos, em prol daquilo que acreditavam, morreram queimados, decapitados, enforcados e crucificados. Mas você não! Você não pode deixar de ouvir uma musiquinha que você gosta ou usar um software diferente do que usa.

A mudança não está longe e nem é tão árdua quanto parece. Não precisamos de caos e nem de baderna para conseguir isso. Não é PIPA, capuxeta ou papagaio que vai mudar algo. Nem tampouco SOPA, canja ou caldo. Só precisamos fazer a nossa parte. Cada um com seus 5 centavos. Pense nisso.